Minicursos

01.“Memória Política, Estado de Exceção e Direitos”. Prof. Marcelo Goes & Prof. Tásso Brito.

Ementa: Este minicurso traz como proposta, explorar e problematizar possibilidades metodológicas sobre o uso de memórias decorrentes de momentos de estado de exceção e embates políticos no Brasil, e como estas podem ser utilizadas na produção historiográfica que tome como foco central o campo político e a luta por direitos e cidadania em nossa história recente. A memória, enquanto atividade de reminiscência mobiliza lembranças e esquecimentos. É também objeto de apropriações, disputas e batalhas em torno de múltiplas interpretações sobre o passado, remetendo-se a discursos e práticas políticas. Este passado na medida em que está presente em nosso presente, produz ressonâncias em nossa produção historiográfica, no campo do direito e no estado democrático de nossa sociedade, abrindo possibilidades para pesquisas e novas abordagens, inclusive com seus usos políticos. Citemos como exemplo dessas ressonâncias, a criação da Comissão Nacional da Verdade através da Lei 12.528/2011, tendo por finalidade apurar graves violações de Direitos Humanos ocorridas entre 1946 e 1988. Esta comissão, além de ser mais um instrumento na luta de vítimas das ações promovidas pelo terrorismo de Estado no Brasil, também traz para a cena de debate, o direito à memória e acesso a informação como um dos princípios democráticos básicos na contemporaneidade. Neste cenário, citemos também as diversas pesquisas que tomam como objeto de complexa operação historiográfica, as lutas de trabalhadores por direitos, o período pré-golpe, o Golpe de 1964, o Regime Civil Militar, o campo jurídico como espaço de lutas políticas, entre outros possíveis temas que visam responder questões e demandas sociais em nosso tempo presente. 

02.“Memória e Visualidade”. Profa. Maria do Rosário & Prof Giovanni Cabral.

Ementa: Este mini curso se propõe, inicialmente, versar sobre as relações entre memória e visualidade. Os novos caminhos percorridos pela historiografia contemporânea vem contribuindo, gradativamente, para o apagamento de rígidas fronteiras entre o saber histórico e os diversos saberes oriundos de outras áreas do conhecimento. Assim, a produção historiográfica mais recente tem se aventurado no uso dos documentos iconográficos, como pinturas, fotografias, esculturas. É no âmbito deste debate que proponho uma reflexão acerca da visualidade. Lembrando que o conjunto de imagens, posto em circulação, em determinada época narram histórias, emitem significados e constrói memórias. De modo que a linguagem visual não é universal, mas histórica, seus significados envolvem convenções sociais, culturais, políticas e econômicas. Assim, em comunicação com os estudos sobre visualidade propomos dialogar com o as reproduções xilográficas veiculadas pela impressa na década de 1970, em suas relações com os textos e com os suportes nos quais foram veiculadas, neste sentido, as xilogravuras não serão tomadas como imagem que ilustra e reproduz a uma determinada realidade, mas como registro cognitivo que permite apreender e conhecer práticas, significadas por meio da visualidade.  

03.“Modernidade e Pós-modernidade: contrapontos”. Prof. Dr. Antonio Paulo Rezende.

Este minicurso girará em torno dos eixos: 
1- Os significados da história
2- A construção da modernidade
3- As leituras da da modernidade
4- Impasses e continuidade contemporâneas

04.“Os impressos nas pesquisas históricas contemporâneas”. Profa. Bianca Nogueira, Prof. Dirceu Marroquim & Prof. Dimas Veras.

 Ementa: Este minicurso objetiva criar um espaço para o diálogo entre pesquisadores das ciências humanas sobre os múltiplos usos das fontes impressas nas pesquisas históricas, problematizando o seu uso, desde as convencionalmente utilizadas, àquelas que são pouco usuais na lida diária do pesquisador. Em última instância, este minicurso propõe uma reflexão sobre a prática da investigação em história, procurando questionar o percurso feito pelas fontes que utilizamos, partindo do seu lugar de produção, passando pelo arquivo, até nós os consulentes, que escrevemos histórias a partir desses registros.

05.“Práticas culturais e espaços de sociabilidade no Recife na primeira metade do século XX”. Prof. Carlos André Moura & Prof. Mário Ribeiro dos Santos.

Ementa: O objetivo principal desse mini curso é introduzir uma discussão em torno de um assunto que se abre para os historiadores nos últimos trinta anos: as práticas culturais e os espaços de sociabilidade como campos de interpretação das múltiplas possibilidades de leitura da História do Recife na primeira metade do século XX. Partindo desse pressuposto, far-se-á necessário estabelecer um recorte diante da pluralidade de eixos que o tema possibilita. Abordaremos como práticas culturais e espaços de sociabilidade, as festas populares e os encontros de intelectuais e boêmios no centro da cidade. Para isso, faremos ponte com alguns temas que fundamentam as discussões, tais como: relações de poder, religiosidade, cotidiano, tradição, memória, identidade e sistemas culturais. Discutir as possibilidades de pesquisa, a tipologia de fontes e como relacioná-las com a bibliografia preliminar sobre o assunto, serão momentos relevantes do minicurso.

06.“Intelectuais e práticas letradas do Recife na virada dos séculos XIX para o XX”. Prof. Rômulo José F. de Oliveira Júnior.

07.“Patrimônio Cultural na contemporaneidade: Questões teórico-metodológicas e demandas sociais”. Profa. Cícera Patrícia Alcântara Bezerra & Prof. Augusto Neves.

Ementa: Propomos, neste mini curso, discutir diferentes aspectos do Patrimônio Cultural na contemporaneidade, problematizando, particularmente, a relação entre conceitos, instrumentos e práticas preservacionistas e as demandas advindas de diferentes espaços sociais. Os processos de patrimonialização tornaram-se atualmente espaços de discussões que interessam não apenas aos ambientes acadêmicos ou aos órgãos públicos de cultura, mas também e principalmente, a ONGs, comunidades indígenas, quilombolas e a uma diversidade de grupos que reivindicam a legitimação de suas identidades. Este contexto decorre principalmente da redefinição teórico-metodológica vivenciada pelo conceito nas últimas décadas do século XX, que pluralizou o seu campo de atuação colocando em cena não apenas as memórias de Pedra e Cal, mas também práticas e representações culturais que traduzem uma multiplicidade de experiências históricas. Diante de tal problemática, interessa-nos refletir, de modo interdisciplinar, a relação entre políticas de preservação patrimonial e a produção do conhecimento histórico, pensando nas implicações desta tensa relação para o ofício do historiador na contemporaneidade.   

08. Da fonte ao testemunho: aproximações metodológicas na pesquisa histórica. Prof. Raimundo Inácio Souza Araújo.


Ementa: As fontes, sejam elas escritas, orais e/ou visuais não espelham o real, mas representam sempre uma certa produção do que se considera como realidade, produção essa orientada para determinados fins. Elas são fruto de processos complexos de seleção, de edição, com o intuito de produzir efeitos em relações sociais específicas. O entrecruzamento de diferentes modalidades de fonte colabora para desnaturalizar o entendimento das fontes como repositórios de uma possível reprodução fiel ao passado como ele foi.
O minicurso pretende construir uma discussão sobre as fontes, a partir de perspectivas diferenciadas, apontando para conceitos comuns à abordagem do visual, do oral e do escrito. Por exemplo, a tensão mútua e criativa entre os conceitos de fonte, documento, testemunho e vestígio.


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